Home Estatísticas Dependência das redes sociais: realidade alarmante do novo vício
Killian A.

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A dependência das redes sociais é um fenômeno preocupante e crescente na sociedade e há quem fale já num novo vício.

A promessa original das mídias sociais era de que ajudariam a conectar as pessoas e a melhorar o compartilhamento de informações sobre as próprias experiências. No entanto, estas plataformas, paradoxalmente, deixaram muitas pessoas mais isoladas do que nunca, ao se compararem com as imagens idealizadas de outras pessoas, expondo principalmente os jovens em risco. A dependência das redes sociais prejudica as conexões humanas reais e leva à busca de afirmação através de curtidas e compartilhamentos, o que pode atrapalhar a criação de laços mais significativos no mundo real.

A dependência das redes sociais é um novo vício da sociedade de informação

Por definição, essa dependência é um comportamento caracterizado pela preocupação excessiva com as redes sociais. Nesse sentido, é um desejo insaciável de acessar ou usar as mídias sociais, com um comprometimento de tempo e energia que interfere ou perturba outras facetas cruciais da vida.

Uma ampla gama de especialistas têm estudado a relação entre mídias sociais e saúde mental. Este artigo aborda alguns dados concretos acerca da dependência das redes sociais, bem como as suas causas e os efeitos nos indivíduos e na sociedade. Com isto, esperamos poder ajudar você a se informar sobre o problema para melhor o entender.

Neste Guia

Compreender a dependência das redes sociais

A dependência das redes sociais é uma preocupação urgente e que precisa ser compreendida, pois é um problema que afeta todas as facetas da sociedade. Qualquer pessoa com acesso à Internet, seja criança ou adulto, corre o risco de ser afetada por este problema ou de ver os seus entes queridos sofrendo com a dependência das redes sociais.

Em seu livro “Dopamine Nation: Finding Balance in the Age of Indulgence”, publicado no Brasil sob o título “Nação Dopamina: Por que o excesso de prazer está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar”, a autora Anna Lembke explora a raiz desse vício. Ela descobriu, por exemplo, que fatores externos não são os principais causadores, mas que podem ser atribuídos ao modo como nossa mente funciona. “Estamos programados para nos conectar”, observa ela.

Prevalência da dependência das redes sociais

Estudos mostram que muitas pessoas apresentam uso problemático das redes sociais. Aqui estão algumas estatísticas:

Diferenças demográficas nas taxas de dependência das redes sociais

Estudos mostraram que existem diferenças demográficas nas taxas de dependência das redes sociais. Confira algumas descobertas importantes:

Análise demográfica do uso de redes sociais

Gênero

Alguns estudos sugerem que as mulheres têm maior probabilidade do que os homens de apresentar um uso problemático das redes sociais. Aqui estão os números:

Idade

Os jovens são mais suscetíveis à dependência das redes sociais do que os adultos mais velhos. Aqui estão os números relativos ao uso geral de mídia social do Pew Research Center:

  • 84% das pessoas com idade entre 18 a 29 anos usam redes sociais.
  • Cerca de 81% das pessoas com idade entre 30 e 49 anos usam redes sociais.
  • O uso de redes sociais entre pessoas de 50 e 64 anos cai para 73%.
  • O YouTube é a plataforma de mídia social mais popular entre 85% dos adolescentes.
  • 72% dos adolescentes usaram o Instagram como plataforma de mídia social, ficando atrás apenas do YouTube.

Assim, é de grande importância o controle de pais, no uso que os jovens fazem das redes sociais.

Nível de escolaridade

O Pew Research Center monitora o uso das mídias sociais nos EUA desde 2005. Aqui estão os números encontrados:

  • 3% dos adultos norte-americanos, em 2005, tinham pelo menos uma conta nas redes sociais.
  • 88% dos adultos nos EUA com ensino médio, em 2020, usaram pelo menos uma plataforma de mídia social.
  • Cerca de 86% dos adultos norte-americanos com ensino superior usam pelo menos uma conta de mídia social.
  • 79% dos estudantes universitários dos EUA usaram pelo menos um site de mídia social.

Status socioeconômico

Por fim, existem alguns estudos que relacionam condições socioeconômicas mais desfavoráveis com o uso mais problemático das redes sociais. Aqui estão as estatísticas da Frontiers in Public Health:

  • Adolescentes de NSE (nível socioeconômico) mais baixo usam as mídias sociais por mais tempo, em média 5 horas diárias.
  • 90% dos jovens de classe social mais vulnerável utilizam pelo menos uma plataforma de redes sociais e têm um tempo médio de ecrã de 2 a 3 horas diárias.

Estatísticas do uso diário das redes sociais

Quais são os 5 principais efeitos da dependência das redes sociais?

As redes sociais podem ter uma influência significativa sobre seus usuários de diversas maneiras. Pode afetar a saúde física e mental, a vida acadêmica e profissional e até mesmo a forma como nos vemos. Os seguintes fatos e números exploram esses pontos:

Efeitos das redes sociais na saúde mental

O uso das redes sociais tem um efeito comparável a outros estimulantes na nossa saúde mental. Pode levar a problemas como ansiedade, depressão e baixa autoestima. Estas questões dão origem a uma crise de saúde mental que aumenta diariamente.

Os números alarmantes do Pew Research Center comprovam esta afirmação:

  • Jovens entre 16 e 25 anos apresentam as taxas mais elevadas de doenças mentais relacionadas às redes sociais.
  • Os mais jovens são mais propensos a doenças mentais relacionadas às redes sociais, um total de 26%, em comparação com 22% das pessoas entre os 26 e os 49 anos.

Efeitos das redes sociais na saúde física

As redes sociais não afetam apenas a saúde mental, mas também podem influenciar o bem-estar físico. De acordo com a Clínica Mayo, as redes sociais podem afetar significativamente a saúde física dos jovens. No estudo, foram observados os seguintes efeitos:

  • Perturbação do sono – Como os adolescentes permanecem nas redes sociais por longos períodos até tarde da noite, isso pode afetar os seus padrões de sono.
  • Exposição ao bullying – Muitos jovens utilizam as redes sociais para fazer bullying.

Efeitos das redes sociais na vida social

Apesar de servirem para nos conectar aos nossos entes queridos, as redes sociais podem influenciar negativamente a nossa vida social real. Aqui estão os impactos que você deve conhecer, de acordo com o Ad Council:

  • A pesquisa mostra que as redes sociais podem contribuir para o isolamento e a solidão.
  • O isolamento é causado por interações físicas limitadas e diminuição da intimidade com outras pessoas.
  • 73% dos entrevistados adultos relatam que as mídias sociais os ajudam a se conectar com outras pessoas – mas essas conexões podem não ter o mesmo peso de encontros reais.

Efeitos das redes sociais na vida acadêmica e profissional

A mídia social também influencia as pessoas acadêmica e profissionalmente. A tecnologia, em tese, deveria ajudar os alunos a acessar informações e aprender sobre o mundo. Mas, de acordo com um estudo conduzido pelo Asia Pacific Education Researcher, às vezes isso pode ter resultados negativos:

A correlação entre o estresse e o desempenho acadêmico ainda precisa ser melhor explorada. Da mesma forma, a ligação entre a dependência das redes sociais e o desempenho acadêmico continua a ser objeto de estudos.

Na vida profissional, as redes sociais também afetam os trabalhadores, segundo um estudo do Pew Research Center.

  • 11% dos entrevistados disseram que usam as redes sociais no trabalho.
  • Isso causa uma perda de US$ 6.422,50 em custos de produtividade todos os anos.

Efeitos das redes sociais na autoimagem e na identidade

Os fatores que influenciam uma pessoa mental e fisicamente também afetam a sua autoimagem. Isso torna as pessoas mais propensas a expectativas irrealistas, com a necessidade de fazer comparação com os outros.

Nesse sentido, aqui estão algumas estatísticas sobre a autoimagem do Irreverent Gent:

  • O Instagram é a pior rede social no quesito impacto na autoestima.
  • 9 em cada 10 usuários disseram que o Instagram impacta negativamente sua saúde mental.
  • O YouTube tem um impacto relativamente positivo nos usuários, dando-lhes a sensação de adequação.
  • O Twitter (atual X) também pode ter um efeito positivo na autoestima.

Gráfico de share das redes sociais

Fatores que contribuem para a dependência das redes sociais

Estudos indicam que os seguintes fatores contribuem para a dependência das redes sociais:

O papel do design da plataforma de mídia social

A satisfação do usuário não é uma métrica simples. Plataformas de mídia social como Facebook, Instagram, Twitter e Tiktok otimizaram cuidadosamente seus algoritmos para manter os usuários online, de acordo com um estudo conduzido por Stanford.

  • No ano de 2021, havia cerca de 3,78 bilhões de utilizadores de redes sociais em todo o mundo. Este é um aumento significativo em relação aos 3,6 bilhões de utilizadores em 2020.
  • Em média, os usuários passam cerca de 145 minutos por dia nas redes sociais.
  • As interfaces de mídia social usam combinações de cores para chamar a atenção dos usuários e mantê-los estimulados.
  • As seções de comentários envolvem os usuários e podem levar a discussões acaloradas.
  • Algoritmos identificam as preferências dos usuários para continuar oferecendo conteúdo otimizado.

Fatores psicológicos e de personalidade

A dependência das redes sociais também pode funcionar como um ciclo, com interdependência nos efeitos mentais e físicos – por exemplo, um adolescente pode ficar acordado até tarde utilizando as redes sociais, acordar cansado e depois pegar o telefone para se acalmar.

Entre as condições de saúde mental mais comuns que podem resultar na dependência das redes sociais estão, por exemplo, a ansiedade e a depressão. Nesse sentido, pessoas ansiosas e deprimidas frequentemente têm sentimentos negativos intensos, incluindo tristeza, solidão e baixo senso de autoestima.

Fatores sociais e culturais

Além disso, fatores sociais e culturais podem influenciar muito a dependência das redes sociais. A pressão social para usar as redes sociais, a normalidade do uso das mídias sociais e a necessidade de conexão e validação social são alguns desses fatores.

De acordo com a Demand Sage, as redes sociais foram amplamente adotadas em todo o mundo:

  • A China tem cerca de 1,2 bilhões de utilizadores de redes sociais, apesar de não permitir muitas plataformas de mídias sociais ocidentais.
  • Os EUA tiveram um aumento significativo de 105% no número de usuários de mídias sociais em apenas 2 anos.
  • Há uma variação do número de contas de mídia social que um cidadão de cada país possui.

COUNTRY

AVERAGE SOCIAL MEDIA ACCOUNTS PER PERSON

India

11.4

United States

7.1
United Kingdom

6.9

Canada

6.8

Japan

3.8

Fatores econômicos

A maioria das principais plataformas de mídia social pode ser acessar-se gratuitamente. Os modelos de negócios das empresas são centrados, portanto, na publicidade. Além disso, as plataformas possuem uma grande quantidade de informações sobre os utilizadores e os seus estilos de vida, o que significa que os anúncios podem ser adaptados e direcionados com precisão.

Com isso, conheça alguns dados revelados em estudos:

Tratamento e prevenção do vício em mídias sociais

A dependência das redes sociais é uma questão comportamental e não um vício físico, mas pode, no entanto, ter consequências terríveis para quem sofre. Felizmente, isso pode tratar-se. Aqui estão algumas soluções para o tratamento e prevenção do vício em redes sociais.

Terapia Comportamental

Pessoas que lutam com o uso problemático das mídias sociais podem encontrar alívio na terapia comportamental, especialmente na terapia cognitivo-comportamental (TCC). TCC é um tratamento que auxilia os pacientes a identificar e alterar padrões de pensamento e ações prejudiciais ou irracionais.

A eficácia da TCC para a dependência das redes sociais é apoiada por evidências. De acordo com um estudo de 2019, publicado no Journal of Behavioral Addictions, o uso problemático de mídias sociais por estudantes universitários diminuiu com uma curta intervenção de TCC.

Outra pesquisa publicada no Journal of Psychiatric Research, em 2020, descobriu que um tratamento de TCC de 12 semanas ajudou os jovens a melhorar seu bem-estar psicológico e a diminuir os sinais de dependência de mídias sociais.

Terapia cognitiva

Pessoas viciadas em mídias sociais podem usar a terapia cognitiva para ajudá-las a identificar e desafiar suas opiniões sobre o assunto. Muitas pessoas verificam continuamente suas contas de mídia social, temendo perder alguma coisa.

As pessoas podem aprender a alterar o seu comportamento e desenvolver bons padrões de utilização das redes sociais, estando conscientes e melhorando as suas atitudes com relação a isso.

Atenção plena e meditação

As pessoas podem diminuir com sucesso a sua dependência das redes sociais como técnica de enfrentamento, participando em atividades de atenção plena e meditação. Mindfulness significa estar totalmente presente e envolvido no momento, sem distração ou julgamento.

De acordo com a pesquisa, as terapias focadas na atenção plena podem reduzir significativamente o uso prejudicial das redes sociais. Um estudo publicado no Journal of Behavioral Addictions indicou que o vício dos estudantes universitários nas redes sociais pode ser tratado com uma intervenção baseada na atenção plena.

Os participantes do grupo de intervenção tiveram oito sessões semanais de treinamento de mindfulness. Em comparação com o grupo de controle, eles mostraram um declínio acentuado nos sintomas do vício em redes sociais.

Apoio social e intervenções comunitárias

Grupos de apoio podem ser benéficos para quem é viciado em redes sociais. As pessoas podem partilhar os seus problemas nestes grupos com outras pessoas que passam por coisas semelhantes num ambiente seguro e sem julgamentos.

Os grupos de apoio podem apoiar-se em profissionais com o necessário treinamento. São acessíveis para pessoas que têm dificuldade em participar de reuniões presenciais, pois podem se encontrar pessoalmente ou online.

Educação e conscientização

Campanhas educativas e conscientização podem ser muito eficazes para ajudar as pessoas a identificar os sinais de alerta da dependência de redes sociais. Compreender os impactos negativos do uso excessivo das mídias sociais e formar hábitos saudáveis pode ser essencial para impedir o início de comportamentos problemáticos.

As campanhas de informação podem chegar às partes interessadas e a todas as faixas etárias para incluir os pais, professores e jovens, a fim de informá-los sobre todos os potenciais problemas.

Prevenção

No entanto, como diz o povo, “mais vale prevenir que remediar”. Se os tratamentos para a recuperação deste problema de dependência da mídia social são importantes quando são detetados, o melhor é evitar que o vício se instale.
Para isso existem ferramentas que quando correta e eticamente usadas, podem alertar para comportamentos que, quando corrigidos atempadamente, evitarão muitas dores de cabeça, no futuro.
É o caso de uma das melhores Ferramentas de Controle de Pais – Controle parental, o mSpy, que pode ser usado nos celulares das crianças menores a cargo, para que não caiam na armadilha das redes sociais. Em adultos estas ferramentas podem ser igualmente usadas, desde que os alvos sejam devidamente informados e aceitem essa monitorização.

Conclusão

Em suma, a dependência de redes sociais é uma questão importante da qual todos devem estar cientes. Embora essas ferramentas possam oferecer benefícios significativos quando usadas com moderação, as redes sociais podem suplantar atividades mais saudáveis se o uso for levado ao extremo.

Os números mostram que a dependência das redes sociais pode afetar negativamente a vida mental e física, além de prejudicar carreiras e estudos, provocando mais ansiedade.

Felizmente, o vício em mídias sociais pode ser diagnosticado e tratado. O mais importante é reconhecer a situação e resolver o uso problemático das redes sociais com a ajuda de profissionais qualificados.

FAQs

O que é a dependência das redes sociais?

Quais os sinais que indicam dependência de redes sociais?

Quais são os efeitos da dependência das redes sociais?

Como prevenir a dependência das redes sociais?

Como encontrar ajuda para o vício das redes sociais?

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Killian A.

Killian A.

Killian é um editor de tecnologia baseado no Brasil, com mais de 10 anos de experiência na área. Embora seja formado em engenharia industrial mecânica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, no Brasil, sua paixão reside no mundo da tecnologia. Sua experiência no setor de tecnologia permitiu que colaborasse com diversas empresas no ramo, incluindo empresas especializadas em criptomoedas e tecnologia blockchain. A vasta experiência de Killian no mundo digital, aliada à sua paixão pela tecnologia e criptomoedas, o tornou uma fonte confiável de informações sobre tudo relacionado à tecnologia. Como editor, ele oferece insights profundos e conhecimentos sobre as últimas novidades no mundo das criptomoedas, cibersegurança, startups, IoT, inteligência artificial e outras inovações tecnológicas.